Bispos

Sobre

Administrador Apostólico e 2º Arcebispo de Natal (RN)

(*Natal-RN, 15 de março de 1918  + Natal-RN, 10 de novembro de 2006)
Dom Nivaldo Monte nasceu no dia 15 de março de 1918, em Natal/RN. Foi ordenado presbítero aos 12 de janeiro de 1941, em Natal/RN. Foi nomeado administrador apostólico de Aracaju/SE, no dia 27 de abril de 1963, pelo então Papa João XXIII. A sagração episcopal ocorreu no dia 21 de julho de 1963, em Natal. Foi nomeado administrador apostólico de Natal no dia 20 de abril de 1965, pelo Papa Paulo XVI. Foi nomeado Arcebispo em 6 de setembro de 1967 para a mesma Arquidiocese e tomou posse em Natal aos 17 de setembro de 1967. Renunciou em 6 de abril de 1988.

Ainda como Padre, Dom Nivaldo fundou a Escola de Serviço Social, em 1945, primeira instituição de ensino superior em Natal, e oito Centros Sociais em bairros periféricos. Como bispo, deu continuidade a este trabalho e fundou o Serviço de Assistência Urbana (SAUR); reabriu o Seminário de São Pedro, na rua Mipibu, e criou os Cursos de Filosofia e Teologia; construiu a Casa de Campo do Clero, em Emaús, e inaugurou a Nova Catedral, cujos trabalhos foram dirigidos por Dom Antonio Costa. Criou oito Paróquias e ordenou 21 Padres. Escreveu numerosos livros, entre eles “Formação do Caráter”, A Dor” e “O Coração é para Amar”. Faleceu no dia 10 de novembro de 2006 e foi sepultado em Emaús, nos Jardins do Monsteiro de Sant`Ana.

Lema episcopal: "Mihi vivere is Christus" (Para mim viver é Cristo)
Fonte: arquidiocesedenatal.org.br

Informações adicionais. Autoria: Pe. João Medeiros Filho

O bairro de Emaús (Parnamirim) lembra Dom Nivaldo Monte. Este quis homenagear os discípulos de Cristo, oriundos daquele lugarejo, perto de Jerusalém, para onde se dirigiam tristes e abatidos, tangidos pela saudade do Mestre. Entretanto, Ele se manifestaria na caminhada. Nosso inesquecível arcebispo sentia o Ressuscitado sempre a seu lado, latente no aroma das flores, no esvoaçar dos pássaros, manifestando alegria e gratidão ao Criador. Foi ali que Dom Nivaldo erigiu a ermida de sua contemplação, o altar de sua poesia e compôs a ode de seu amor e encanto pela natureza. Terras que foi adquirindo abrigam hoje um convento de religiosas, um claustro de monjas contemplativas (Carmelo Nossa Senhora do Sorriso), um santuário da Adoração Eucarística (Mosteiro de Sant´Ana) e o Recanto Santa Marta, local de repouso e prece dos seus sucessores no sólio pontifício natalense.

Cabe-nos proclamar a beleza e a grandeza interior do Pequeno Príncipe do coração de muitos. Baixinho de estatura física, mas monte no sobrenome e no caráter, gigante na ternura e misericórdia, que brotam do Evangelho. Dom Nivaldo sempre partilhou sua vida e os dons recebidos de Deus – materiais ou espirituais – com os irmãos. Por isso, dividiu suas terras em uma centena de lotes para os necessitados, realizando verdadeira reforma do solo urbano. Nasceu assim Emaús, ao lado da estrada que dá acesso a Parnamirim. “Nada é meu. Tudo é de Deus e Este tem sempre um pedacinho para cada um de seus filhos”, dizia sempre.

Um dia chegou o progresso com suas mazelas. Decidiram duplicar a rodovia que liga Natal a Parnamirim e cortaram o terreno de sua granja. Confessou a tristeza que o abatia a Hélio Galvão, que relembrou o ocorrido, ao saudá-lo quando da posse do antístite na Academia Norte-rio-grandense de Letras-ANRL. “Ele viu então aque­las irmãs plantas que sua mão plantou, que seu carinho regou, cujo desenvolvimento acompanhou, cujas feridas de pra­gas curou, ele viu, sim, as irmãs plantas empurradas pela impiedade da máquina, arrancando-as como uma árvore bruta das matas, mortalmente feridas, as raízes expostas para o ar. O sacrifício das afeições mais caras ao deus implacável do Progresso.

A legislação de então permitia desapropriar sem indenização, em certas condições e situações, imóveis particulares. Assim, sem terras, plantas e dinheiro, levado pelo vento da fé, Dom Nivaldo cuidou das chagas da alma e lembrou-se das dores de Maria Santíssima. Construiu com a ajuda dos fiéis uma capela dedicada à Virgem dos Pobres (Nossa Senhora de Banneux), após relatos de Padre Collard sobre as aparições da Mãe de Deus, na Bélgica.

Em 2007, a Câmara Municipal de Parnamirim desejou prestar uma homenagem ao antigo pastor natalense, aprovando por unanimidade uma lei, denominando Avenida Dom Nivaldo Monte as marginais da BR 101, indo do mercado Superfácil ao viaduto que interliga as BRs 101 e 304. O prefeito Agnelo Alves, sempre grato ao arcebispo, sancionou o ato pelo qual parte do patrimônio outrora pertencente ao venerável prelado, seria conhecida pelo seu nome. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT embargou a denominação, amparado por normas vigentes, segundo as quais os poderes estaduais e municipais não possuem competência para nominar as vias marginais de rodovias federais. E, hoje, parte da BR 101 que deveria ter o seu nome é intitulada Rodovia Governador Mário Covas. Talvez este nem sequer sabia onde fica Emaús.

Em boa hora, o DNIT deseja realizar uma reparação, denominando um trecho das marginais da BR 101 de Avenida Dom Nivaldo. Desde já, externamos os agradecimentos, em nome da família, Igreja e ANRL pelo empenho daqueles que consideram mais do que justo e merecido esse tributo. Praza aos céus que isto aconteça logo. Domingo passado, dia 15, celebramos 102 anos de nascimento do “Dom da Ternura”, o “Semeador da alegria”, “o Intérprete do Infinito”, orgulho do povo potiguar. Dom Nivaldo mostrou a muitos os atalhos de Deus, à semelhança de Cristo que se definiu “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14, 6). Como sacerdote e bispo convidou os fiéis a viver o refrão da Prece Eucarística V: “Caminhemos na estrada de Jesus”!

5º Bispo – Dom Nivaldo Monte (ex-aluno)

5º Bispo – Dom Nivaldo Monte (ex-aluno)

Em 1963

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